Dicas de francês

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“T” mudo ou não?

Por que o “t” é mudo em “il fait froid” (está fazendo frio), mas não é em “de fait, je suis en retard” (de fato, estou atrasado)? O “t” é geralmente mudo no final das palavras, mas existem exceções. A palavra fait é muito versátil e pode se referir ao verbo fazer, a um nome masculino (significando fato ou ocorrência), a um adjetivo (significando ser feito para), ou ainda a uma locução adverbial ou conjuntiva quando precedido de en, de, au, etc, como em en fait (que significa na verdade, basicamente) ou au fait (que significa a propósito). O verbo faire sempre terá a conjugação fait com o “t” mudo: “Il fait trop chaud pour travailler” (está fazendo calor demais para trabalhar), ou “elle fait exprès de te taquiner” (ela faz de propósito de te provocar), o que também poderia-se dizer “elle en fait exprès” (Ela faz isso de propósito) – aqui não confunda o en fait (pronome + verbo, em qual caso o “t” é mudo) com o advérbio en fait, onde o “t” é pronunciado. Quando a palavra fait é um adjetivo, o “t” também é mudo. “Un travail bien fait” (um trabalho bem feito), “c’est fait main” (isso é feito à mão). Agora, o nome masculino fait (não o verbo!) geralmente se pronuncia com um “t” sonoro no singular mas tem o “t” mudo no plural. Por exemplo, dizemos “le fait (pronúncia do “t”) qu’on avance veut dire qu’il y a du progrès ” (o fato da gente estar avançando quer dizer que há progresso), mas dizemos “les faits (“t” mudo) sont ce qu’ils sont” (os fatos são o que são). Mas essa regra também tem exceções e a palavra fait no singular tem o “t” mudo em expressões do tipo fait divers (notícia local), en fait de (em relação a), tout à fait (absolutamente). Quando fait é usado em alguma locução adverbial ou conjuntiva o “t” geralmente é pronunciado: “ – as-tu faim? – Non, en fait j’ai déjà mangé” (- você está com fome? – não, na verdade eu já comi); “est-ce qu’il est de fait heureux d’être là?” (será que ele está realmente feliz de estar lá?); “Au fait, je t’ai emprunté 30 euros” (a propósito, eu peguei 30 euros seus emprestados);  Além do fait existem regras (ou exceções para ser mais específica, já que a regra é o “t” mudo!) para o “t” final de algumas outras palavras. Os números sept (sete) e huit (oito) e seus derivados (dix-sept (dezessete), vingt-huit (vinte e oito), etc), por exemplo, têm seus “t” pronunciados.  Muitas palavras curtas como but (gol), est (o nome leste, e não o verbo être (ser) conjugado, onde o “t” é mudo!), ouest (oeste), dot (dote), lest (lastro), rut (cio), entre outras, também tem o “t” pronunciado. Mas como tudo, essa regra/exceção também tem exceções (exceção da exceção, ou seja, regra!) e dizemos coût (custo), goût (gosto), trait (traço) com “t” mudo.  Muitas palavras que terminam com alguma consoante (como “p”, “c”, etc) seguidas diretamente do “t”, no geral, vêm as duas consoantes pronunciadas. Por exemplo exact (exato), tact (tato), compact (compacto), correct (correto), intellect (intelecto), verdict (veredito), abrupt (abrupto), concept (conceito), rapt (rapto). Mas também há exceções como: suspect (suspeito), respect (respeito), instinct (instinto), corrompt (corrompe), que têm suas duas consoantes finais mudas. Resumindo, a regra é o “t” mudo, mas como vocês puderam ver existem muitas exceções e exceções às exceções, então é bom sempre usar a regra principal e pouco a pouco, no seu aprendizado de francês, ir se familiarizando com as palavras específicas que seguem outras regras, como algumas das citadas aqui acima. Veja a seguir algumas frases com fait e antes de escutar os áudios tente adivinhar se o “t” é mudo ou pronunciado. Vamos lá? 

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A democratização do gênero das palavras em francês

Existem algumas palavras em francês que só existem no gênero masculino. Isso acontece com muita frequência para algumas profissões, por exemplo, que antigamente eram exclusivamente reservadas ao gênero masculino, já que muitas mulheres viam seus direitos restringidos. Então assim em francês existe apenas a palavra “le professeur”  por exemplo, mesmo se o professor em questão for uma mulher. Para poder deixar claro que se trata de uma mulher teria que colocar algo na frase que especifique isso:  « Mon professeur est une femme très intelligente »  (o meu professor é uma mulher muito inteligente).  Mas não poderíamos dizer «  mon professeur est très intelligente » pois necessitamos o acordo de gênero nesse caso.  Bem, digamos que isso ainda não é aceito  formalmente pela academia francesa de letras, onde ainda teria- se que dizer por exemplo : « Madame Dubois est professeur de piano » (senhora Dubois é professora de piano). Porém, agora que as mulheres têm um papel mais dinâmico na sociedade do trabalho fora de casa, vemos cada vez mais tentativas de mudar a linguagem e feminizar algumas palavras, como por exemplo, professeure, professeuse, professeresse. Ainda não existe consenso na palavra mais adequada, então acaba que a mais usada pela sociedade é geralmente a mais aceita na linguagem do dia a dia. Mas algumas ferramentas online bem conceituadas, como o Larousse en ligne, por exemplo, autorizam o uso de professeur e professeure. Outros neologismos cada vez mais aceitos na linguagem são la ministre (a ministra), la présidente (a presidenta), l’écrivaine (a escritora), etc. No entanto ainda existem palavras que continuam a serem usadas exclusivamente no gênero masculino, como ingénieur (engenheiro), juge (juiz), mannequin (manequim), architecte (arquiteto), cadre (quadro), commissaire (comissário), peintre (pintor), diplomate (diplomata), médecin (médico). As palavras que terminam com “e” (como peintre, cadre, juge, etc) parecem se adequar tanto para o masculino como para o feminino e serem aceitas para ambos os gêneros, já que muitas vezes o feminino se caracteriza pela adição de um “e” no final da palavra em francês. Você já deve ter visto isso enquanto estava aprendendo francês online, como por exemplo: chien e chienne (cachorro e cachorra), ami e amie (amigo e amiga), ou dernier e dernière (último e última). E para terminar, vale ressaltar que a exclusividade de gênero não existe somente no contexto profissional, mas também em outros contextos. Outras palavras que são usadas unicamente no gênero masculino são : gourmet, imposteur (impostor), chef (chefe), témoin (testemunha), vainqueur (vencedor), usager (usuário), entre outras. A origem dessa « regra » não parece tão óbvia quanto às palavras relacionadas a profissão. Pode haver outros motivos. Como também existem palavras exclusivamente femininas, como altesse (alteza), canaille (canalha), idole (ídola), personne (pessoa), victime (vítima), etc.  Veja a seguir alguns exemplos do uso dessas palavras: 

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Quando usar “pour” e “par”?

Essa é uma das confusões mais comuns de quem estuda francês. A maioria dos alunos traduzem par por para, e pour por por. E está errado! Par é por. E pour é para. A explicação para essa confusão está no fato das palavras par/para e pour/por serem parecidas, e, como em todo falso cognato, o desafio é não cair na armadilha. Vamos ver como usar nas frases a seguir. A dica é você ouvir muitas vezes cada frase para gerar input no seu cérebro.

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Como pronunciar “plus”?

Vamos aproveitar os recursos de audio – já que estamos aprendendo francês pela internet – para entender de uma vez por todas quando se pronuncia o “s”de “plus” e quando não! A palavra “plus”em francês significa “mais” E como em português, ela pode estar numa frase afirmativa como “je t’aime plus que jamais” (Te amo mais que nunca) ou numa frase negativa como “je ne t’aime plus” (Não te amo mais). Mas, diferente do português, a pronuncia da palavra varia nos dois casos. Quando a frase é afirmativa, você pronuncia o “s”, quando é negativa, não. Mas atenção, nem sempre! Também há diferença na pronúncia quando “plus” está na frente de uma palavra que inicia com consoante ou com vogal, valendo a regra da “liaison” como em “Je suis plus belle que toi” (Sou mais bonita que você) – sem “liaison” e sem pronunciar o “s”- e “je ne suis plus amoureuse de lui” (Não estou mais enamorada por ele) – com “liaison”, portanto, pronunciando o “s”. Essa regra da “liaison” vale tanto se a frase for afirmativa quanto negativa. Vamos verificar isso tudo nos áudios? Lembre de baixá-los no seu Anki para treinar a pronúncia.

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A formação do Passé Composé

O Passé Composé é um dos tempos mais usados em francês quando você usa o passado. Ele é formado por um auxiliar (o verbo AVOIR ou ÊTRE) e o particípio passado do verbo. Na maioria dos casos você vai usar o auxiliar AVOIR. Mas há verbos cujo Passé Composé precisa do auxiliar ÊTRE. São eles os verbos pronominais e 15 verbos específicos que são os verbos: naître, mourir, décéder, aller, partir, retourner, (re)venir, arriver, monter, descendre, entrer, sortir, passer, tomber, rester. Quando usar o auxiliar ÊTRE, o particípio se declinará em gênero e grau, por exemplo, “elles sont allées au marché”. Com o auxiliar AVOIR, nunca. Na forma negativa (por exemplo NE – PAS), o NE virá antes do auxiliar e o PAS antes do particípio passado, como em “Je n’ai pas mangé hier”. Assista ao video do Professor Jérôme e treine com as frases abaixo.

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A formação do negativo

Hoje vamos aprender a formação de frases no modo negativo em francês, muito diferente do português. Para que uma frase seja negativa, o verbo deve estar entre NE e PAS, NE e PLUS, NE e JAMAIS, NE e RIEN, NE e PERSONNE, NE e NULLE PART. Vamos ver exemplos para que entenda bem.

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Como usar “il faut”?

Você com certeza já se deparou com essa expressão ou em um texto ou falando com um nativo. Hoje, vamos aprender mais um pouco de francês e focar nessa expressão. “Il faut” é a conjugação na terceira pessoa do singular do verbo irregular “falloir” que significa “ter que”, “ser preciso”, “ser necessário”. Vamos aprender como usar nas frases a seguir.

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Como usar “ça”?

“Ça” é uma pequena palavra que você vai usar muito ao falar francês portanto você que aprende francês aqui pelo nosso site, seja bem-vindo a mais uma dica do Francês Fluente. Em francês temos os pronomes demonstrativos “ceci” e “cela“. “Ceci” demonstra algo que está próximo da pessoa que fala, “isso” ou “isto” em português. “Cela” demonstra algo que está mais afastado, “aquilo” em português. Ambos podem ser substituídos por “ça“. Além do uso comum de um pronome demonstrativo, nós também usamos o “ça” em francês como o sujeito de um verbo, assim quando você pergunta: “Como vai?” nós dizemos “Comment ça va?”. É interessante notar que na língua francesa só se usa um verbo sem sujeito se for no imperativo. Em todos os outros casos, haverá sempre a figura de um sujeito, e é aí que entra o “ça“. Nos casos em que você não usa sujeito em português – já que o francês exige um sujeito – o “ça” pode fazer esse papel. Por exemplo: “Agradou-me te conhecer”, em francês você dirá: “ça m’a fait plaisir de te connaître”. Vamos ver mais exemplos com os dois usos explicados acima. Reconheça cada um deles.

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O que não mata, engorda!

Medo de morrer ou morrer de medo Algumas pessoas quando começam a estudar o francês sentem medo de se lançar a falar. Medo de ser criticados, rejeitados, medo de fazer feio, medo do novo. Mas, o que é o medo? Medo é um mecanismo de proteção que serve para evitar que se tome atitudes perigosas para a vida. É portanto um mecanismo natural que garante a vida. Na maioria das vezes sentimos medo do desconhecido e convenhamos, o desconhecido dificilmente traz a morte, certo? O que quer dizer que a maioria dos nossos medos é pura ilusão. Ou vem de traumas, ou da imaginação. Agora, aqui entre nós, em que o fato de falar francês pode ser perigoso para sua vida? Nada, não é? Falar francês com um nativo Quando você fala francês com um nativo, na maior parte do tempo, a resposta do nativo será positiva. Ele verá seu esforço de comunicação como algo bom e vai lhe ajudar fazendo ele mesmo o esforço de entender o que você diz. Vai reconhecer que ao menos você está se esforçando para comunicar e com toda a certeza, isso vai incentivá-lo a ajudar você. Agora, e se o nativo for um grosso e lhe deixar no vácuo? Pense assim, a chance de uma pessoa grossa ser grossa com você, independe de que língua você ou ele falam. E a grossura ou falta de empatia matam? Não. Nadar ou se arrastar Como sempre digo, o que não mata engorda. Portanto, chega de medos infundados. A gente só aprende errando, não é assim? Veja uma pequena criança aprendendo a falar, ela não tem medo de errar. Por que você teria medo se a criancinha não tem? Vamos lá, se jogue ao mar e aprenda a nadar no molhado, porque no seco a gente não nada, se arrasta.

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Qu’on ou que l’on?

A dica de hoje, para você que está estudando francês aqui com a gente, é uma dúvida freqüente entre nossos alunos.  O que é melhor usar, “qu’on” ou “que l’on”? Em francês, o ON também tem, como em português (a gente), uma origem substantiva. Dessa origem, o ON guardou a possibilidade de ser precedido do artigo LE em sua forma L’, por conta da vogal “O” que o segue. A escolha do formato L’ON se dá por um desejo de elegância ou em alguns casos para evitar que o som de duas vogais se encavale como o ON após o QUE, o QUI, o SI, o OU, o OÙ e o ET. Je veux QU’ON aille au cinéma ensemble ou Je veux QUE L’ON aille au cinéma ensemble. Quero que a gente vá ao cinema juntos. SI ON va au cinéma, je serai content. ou SI L’ON va au cinéma, je serai content. Se a gente for ao cinema, ficarei contente. Le Canada est un pays OÙ ON parle le français. ou Le Canada est un pays OÙ L’ON parle le français. O Canadá é um país onde a gente fala o francês. On ira au cinéma ET ON ira dîner ensuite. ou On ira au cinéma ET L’ON ira dîner ensuite. A gente irá ao cinema et a gente irá jantar em seguida. As duas formas nas frases acima estão gramaticalmente certas, mas a segunda forma usando o artigo definido soa melhor aos ouvidos. Na língua escrita, prefira a forma mais elegante e que soa melhor. Ouça agora os áudios das frases e perceba como uma forma é mais harmoniosa do que a outra.

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